"Do infinito mar, na vasta imensidade, E sob a infinidade do esplendente azul Queremos educar a nossa mocidade Fugindo à vida inerte, infenso e atroz paul!" HINO DOS ESCOTEIROS DO MAR

Tradições do mar

É impossível descrever em um curto texto a riqueza das tradições marítimas, afinal povos navegam a milhares de anos. Fenícios, um povo reconhecido historicamente por serem navegadores o faziam a cerca de 3.000 anos a. C., mas povos primitivos já se locomoviam por embarcações igualmente primitivas muito antes disso. Temos também as Grandes Navegações do século XV, que implicaram na expansão do mundo até então conhecido, algo comparável ao que hoje temos com uma viagem espacial até Marte.

Por isso, despretensiosamente, traremos aqui apenas algumas delas, mais próximos a responder curiosidades do porque fazemos algumas coisas durante as nossas atividades que não são comumente vistas em atividades de outras modalidades escoteiras.

Flâmula de comando

As flâmulas são como bandeiras especiais que mostram quem está no comando ou quem é a autoridade presente em um lugar, seja na sede dos escoteiros ou em um navio.

Quando uma dessas flâmulas é içada, todos sabem que uma pessoa importante está por perto. É uma forma de mostrar respeito e também de lembrar a autoridade sobre a responsabilidade que ela tem. 

Nos navios da Marinha do Brasil, existe uma flâmula com 21 estrelas no topo do mastro, que mostra que o navio está sendo comandado por um oficial de Marinha. Mas, se uma autoridade superior ao comandante estiver a bordo, essa flâmula desce e é substituída pela bandeira da autoridade presente. Só se trocam essas flâmulas quando muda o comandante do navio, em nenhum outro momento.

Assim também ocorre durante as atividades dos Escoteiros do Mar, a flâmula do Diretor Presidente permanece no topo durante a sua presença e é substituída na presença de uma autoridade maior ou, na sua ausência, pela flâmula da maior autoridade presente.

O uniforme


Os uniformes dos Escoteiros do Mar são inspirados nos tradicionais uniformes da Marinha, criando uma conexão visual e simbólica com a vida náutica. Assim como na Marinha, os escoteiros do mar usam uniformes que incluem camisas brancas, calças azuis e, em muitas ocasiões, coberturas brancos. Esses elementos não apenas dão aos escoteiros do mar uma aparência alinhada com a tradição marítima, mas também reforçam a disciplina e o espírito de equipe característicos da vida no mar.

A cobertura branco, em particular, é uma peça icônica que lembra os marinheiros e destaca a identidade dos escoteiros do mar. Embora haja algumas variações nos detalhes para diferenciar as diferentes tropas e grupos, a semelhança com os uniformes da Marinha ajuda a fortalecer o vínculo entre os escoteiros do mar e as tradições náuticas. Essa escolha de uniforme simboliza o compromisso com os valores de respeito, responsabilidade e honra que tanto a Marinha quanto os Escoteiros do Mar compartilham.

O apito marinheiro

O apito marinheiro é uma tradição que vem de longe, usada por marinheiros de várias culturas ao redor do mundo. Em diferentes marinhas, os toques de apito são como sinais que marcam os principais eventos e rotinas a bordo. Além disso, ele é usado para chamar pessoas com funções específicas ou para eventos que envolvem apenas uma parte da tripulação.

Com o tempo, o apito se tornou um dos itens mais característicos e simbólicos para quem vive e trabalha no mar. Ele passou a ser visto como um distintivo de autoridade e até de honra. Hoje em dia, o apito ainda é usado, preso ao pescoço por um cordão de tecido chamado “Fiel do Apito”.

Ele continua sendo fundamental para os toques de rotina e para comandar manobras. Entre os escoteiros do mar, por exemplo, ainda se mantém o costume dos "sete vivas" com o apito. Durante o içamento ou arriamento da bandeira, o escoteiro designado pelo chefe, dependendo da ocasião, faz soar o apito sete vezes, representando os sete vivas, que são a maior saudação que se pode dar com o apito. Essa tradição não só mantém viva a história e os costumes do mar, mas também reforça o respeito e a disciplina em cada toque.

Fiel do apito

Nos Grupos Escoteiros do Mar, o "fiel", que é o cordão usado para prender o apito marinheiro, pode ser da cor branca, conforme a preferência de cada grupo. Em alguns casos, como na tropa sênior ou no clã de pioneiros, é possível combinar o branco com as cores específicas da sessão, criando um visual personalizado.

Seguindo a tradição, os fieis não são simples cordões; eles devem ser trabalhados na arte marinheira, com nós e pinhas que refletem a habilidade e o cuidado de quem os confecciona. Esses detalhes não apenas embelezam o fiel, mas também carregam a rica herança e os costumes do mar, mantendo viva a conexão com a vida náutica.

Toques de apito

Os Escoteiros do Mar utilizam basicamente seis toques em sua rotina. São eles, Hastear/Arriar, Reunir geral, Rancho, Silencio, Alvorada e Presença de autoridade ou Diretor Presidente de UEL. Podendo os grupos do mar, utilizar outros toques que achar necessários.

Ah, e como não poderíamos deixar de lembrar...

Não é corda, é cabo!

Diz-se que na Marinha não há corda. Tudo é cabo. Cabos grossos e cabos finos, cabos fixos e cabos de laborar..., mas tudo é cabo.

Existem porém, duas exceções:  a corda do sino e  a dos relógios

Acorda! Os Escoteiros do Mar também utilizam outras expressões e jargões parecidos com o da Marinha do Brasil. Essa semelhança se deve às estas nossas tradições do mar e as vozes de comando embarcadas.

Algumas destas expressões:

Cobertura = chapéu, quepe, caxangá
Gandola = camisa
Cabo = Corda
Alvorada = Hora de acordar
Silêncio = Hora de Dormir
Jacuba = Refresco
A bordo = está em sede ou embarcado
Voga = ritmo , líder
Safo = Está tudo resolvido 
BRAVO ZULU = Bem Feito
Faina = tarefa
Faxina = qualquer tipo de faina
Ferro = âncora
Rancho = local das refeições
Pano = Velame da embarcação
Encarnado = Vermelho
Bombordo = Esquerdo
Boreste = Direito
Avante = á frente
À Ré = para trás
Derrota = Percurso
Pegar = Contrario de estar Safo
Onça = Em dificuldade/Com problemas 
Safa Onça = Solucionar o Problema
Na Marca = Perfeito 
 

Como ser um escoteiro